Home » evento » Como a fisioterapia pode ajudar no câncer de próstata

O tratamento do câncer de próstata varia de acordo com o estágio de descoberta e pode envolver cirurgias (com a remoção parcial ou total da glândula), medicamentos, terapia hormonal, radioterapia e quimioterapia. E como a fisioterapia pode ajudar nesses casos? Bem, primeiramente temos que esclarecer quais as implicações que os tratamentos trazem aos pacientes, caso da incontinência urinária e da disfunção erétil.

Na incontinência urinária, o homem passa a ter perda de urina por alterações na bexiga, que não consegue armazená-la e a qualquer pressão ou contração involuntária a deixa escapar, ou pelo déficit do esfíncter, que se manifesta quando há pressão no abdômen e a urina escapa (a chamada incontinência de esforço).

Já a disfunção erétil surge pelo comprometimento de nervos no local devido ao próprio tratamento. O retorno da ereção, sem o uso de medicação, pode variar de três meses a um ano. A variação depende muito da idade e do tipo de tratamento utilizado — quanto mais jovem o paciente e menos invasiva a terapia, mais rápida será a recuperação. Nesse contexto, a atuação do fisioterapeuta será desenvolvida logo após o tratamento médico.

É de suma importância que o profissional observe o mecanismo patológico, a extensão do comprometimento e o tempo pós-operatório. E que ele oriente e conscientize o paciente sobre a proposta das sessões, do trabalho sobre a área afetada, de como funciona o assoalho pélvico…

O tratamento fisioterápico deve ser iniciado quanto antes, pois acelera a recuperação daqueles eventos adversos, como o próprio descontrole sobre a micção. A fisioterapia lançará mãos de técnicas de cinesioterapia, biofeedback e eletroterapia. Através da cinesioterapia será trabalhada, de forma ativa, a musculatura do assoalho pélvico, com o intuito de aumentar a eficácia do esfíncter externo da uretra, que suportará o aumento da pressão intra-abdominal, evitando o escape da urina.

O biofeedback também atuará na musculatura do assoalho pélvico, a m de fortalecê-la e treiná-la, aumentando a resistência e a coordenação, para a regulação do controle urinário. Essa técnica, que utiliza um eletrodo intrarretal, mostra ao fisioterapeuta a proporção da contração e do relaxamento muscular do paciente, de forma individualizada, além de ser capaz de identificar fenômenos relacionados às disfunções musculares.

Por fim, mas não menos importante, a eletroterapia agirá, de forma mais passiva, na estimulação da musculatura do assoalho pélvico, agora fortificando e dando tônus muscular. A prática é feita através de eletrodos que podem ser transcutâneos ou intrarretais.

Sim, a fisioterapia pode melhorar muito a reabilitação e a qualidade de vida de quem enfrentou ou enfrenta o câncer de próstata. Aproveitemos este Novembro Azul para trabalhar a prevenção e a conscientização sobre a doença. Fique atento ao seu corpo!

Texto: Márcio Renzo para Veja Saúde.

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