janeiro 28, 2016

Cientistas desenvolvem macacos transgênicos para estudar autismo

Cientistas chineses criaram os primeiros macacos geneticamente modificados que exibem comportamentos relacionados ao autismo. De acordo com o estudo, publicado nesta semana no periódico científico “Nature”, o objetivo é que os macacos ajudem na compreensão do distúrbio em humanos e no desenvolvimento de tratamentos.

Até o momento, a pesquisa do autismo é feita em roedores, animais que possuem uma biologia bastante diferente dos primatas. Alguns cientistas, contudo, levantam questões sobre a eficácia de modelos animais no estudo do distúrbio, que ainda tem causas desconhecidas pela medicina.

Para criar os macacos transgênicos, os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, em Xangai, desenvolveram macacos afetados pela duplicação do gene MECP2, uma falha genética que, em humanos, é responsável por uma síndrome rara. Essa desordem se apresenta na infância e provoca uma série de sintomas – alguns iguais aos vistos no espectro do autismo. De acordo com os pesquisadores, os macacos exibiram comportamentos muito similares a pacientes humanos com autismo, como padrões repetitivos de comportamento, altos níveis de ansiedade e problemas de interação social.

Foto-de-Macaco

Uma segunda geração de macacos também apresentou a síndrome e os comportamentos do espectro autista. Os macacos tinham propensão a andar em círculos em suas jaulas, mostrando-se defensivos e com altos níveis de stress, além de serem antissociais. Os sintomas se mostraram mais severos no sexo masculino, como em humanos. “Nosso estudo abre o caminho para o uso eficiente de macacos geneticamente modificados para estudar desordens cerebrais”, afirmam os autores.

Fonte: OGlobo